Se
pudesse eu,
Enxertar
em minh’alma,
Apenas
um momento de felicidade,
Alegre
seria sorrir nos lábios dela!
Alegre
seria ver o mundo esperançoso...
Ver
no frescor das manhãs,
As
nuvens,
Entre
o limiar penetrante do sol
Tingido
de rósea cor fagueira,
Teu
sorriso como um que de anseios meigos.
Alegre
seria ver teus modos,
Gestos
e ditos, como graça...
Teu
perfume, magia.
Se
pudesse eu,
Enxertar
em minh’alma,
Apenas
um momento de felicidade,
Alegre
seria ouvir tua voz!
Alegre
seria sorrir nos lábios dela,
Mas
tua alma de heroína,
Deixou
marcas no tempo em que eram meus teus pensamentos,
Teu
prazer minha alegria.
Alegre
seria dizer-te nos lábios dela que,
Em
meio às recordações adormecidas,
Dentro
d’alma,
Vive
uma música longínqua esvoaçada e,
Toda
ela,
Um
desejo na ilusão enfeitiçada da canção
Do
murmúrio saudoso do suspiro que exalas.
Sim,
Foram
tantas as doces horas que meus olhos já contaram
Em
desejos ardentes de ver só meu amor,
Que
a insônia é testemunha do que empreguei
Em
lava de um fogo teimoso que meu peito sentia.
Mas
este amor que me atormenta,
Que
é tão puro,
Comigo
morrerá.
Houve
um tempo entre cortinas de segredos,
Onde
teu perfume como flor e magia,
Fazia-me
sedento de paixão.
O
teu semblante como luz,
Teus
olhos como a noite,
Era
o palco de minha procura e,
Entre
um tempo e outro,
Tempo
era de te esquecer.
Hoje,
Mergulhado
na distância de ti,
Neste
sonho louco de tê-la novamente,
Guardo
segredos do meu eu,
Na
distância de mim mesmo,
Os
teus segredos de menina e tua importância de mulher.
E
assim se fez canção em minh'alma tua lembrança!
Nessa
canção longínqua de amor,
Cantada
por marcas de solidão,
Grifado
no meu pensamento,
Traz
do além-mar,
O
eco da tua importância no meu eu.
Sim,
Foste
tu,
O
dedo da minha direção,
O
meu horizonte,
Do
meu norte.
O
momento da minha mais profunda tristeza da procura,
A
esperança na distância,
Que
em segredos,
Guardo
o mais belo sonho no refrão de minha vida,
A
ilusão desse poeta,
Dos
sonhos não sonhados,
O
poema ainda não escrito,
Este
momento que só seu...
Ressaltado
na imensidão do meu silêncio...
Tu
és o raio do sol na existência e a flor na poesia.
Tu
és a rima de versos na poesia.
Tu
és a fresca rosa nas ondas verdes da existência.
O
sussurro da fonte e a mansidão do bosque.
O
olor da inocência como o doce amor no romper d’aurora.
Tu
és o canto de amor em lágrimas quase sumindo...
Tu
és o silêncio na imensidão de minh’alma e o amor mais puro.
Assim
tu és!
Como
uma deusa cantada em versos mais profundos do coração.
O
meu único amor,
Sim,
pois ainda te amo.
Assim
como se ama o crepúsculo,
Assim
eu te amo,
Mais
do que possam dizer-te os lábio meus.
Mais
do que pode cantar a voz.
Eu
amo em ti o que é belo,
O
que é justo,
O
que já sofri,
Porquanto
ainda me resta sofrer.
Por
tudo eu te amo.
Com
quanto amor eu te amo esta paixão voraz...
Hoje
no silêncio,
Na
escuridão de meus olhos,
No
âmago de minh’alma,
Vejo-te
como a flor e,
Seja
a flor quem tem mais amor,
Tem
mais vida,
Mais
pura dentre as mãos da dormência
E
sendo a noite a sombra e o dia as cores,
Canto
quase em lágrimas que,
De
minha boca,
Não
saberás jamais como te adoro.
Não
t’o direi jamais esta paixão voraz.
Não
t’o direi jamais que sou o eco dos teus passos e a tua voz se falas.
Sim
eu te amo.
Porém,
Nunca
saberás dos lábios meus o quanto é profundo o pranto.
Não
saberás da dor de minhas lágrimas.
Não
saberás jamais do ardor de meus lábios ao dizer teu nome,
A
cada noite,
A
cada aurora.
E
mesmo lendo estas mal traçadas linhas,
Aqui
em desabafo dessa paixão voraz,
Meus
lábios não t’o dirão jamais o quanto profundo o pranto.
Não
t’o dirão jamais onde pisam,
Onde
pisarão seus pés,
Tua
imagem risonha e sedutora,
Traiçoeira.
Mário A. da Silva
Nenhum comentário:
Postar um comentário